Essa semana foi lançado o site do José Santilli Sobrinho, que dispensa
maiores qualificações. Desnecessário também, dizer que, considerando as
movimentações recentes no tabuleiro da política assisense, um coquetel (ainda
existe isso?) de lançamento tenha se revestido do caráter pluripartidário que
adquiriu e tenha ganhado um destaque muito além do que receberia qualquer outro
evento similar. Mas a linha do tempo percorrida pelo protagonista o habilitou
indiscutivelmente às homenagens
que já recebeu e o memorial virtual que está sendo disponibilizado na rede agora.
E o evento acima me fez pensar sobre o que temos feito com nossa
memória, com nossa história. Lógico, você já adivinhou! Quem vai se
responsabilizar pelo abandono, pelo desprezo, e porque não dizer, pelo
desmazelo que são tratados nossos museus. Isso mesmo, no plural, museus! Fiquei
contente de ler nos jornais na semana passada, sobre alguns eventos que estão
sendo promovidos no Museu de Arte Primitiva de Assis, que fica ali, encravado
no Parque Buracão, e que muito pouca gente, dos milhares que possam por ali
diariamente, teve algum tipo de incentivo para visita-lo. Mas as iniciativas
são muito tímidas e certamente são manifestações individuais e não uma política
de cultura.
O que dizer da Casa de Taipa, que recebeu um dos maiores acervos de
peças e documentos sobre a Revolução de 1932 e que pura e simplesmente deixou
tudo isso se perder, parte se deteriorando, virando comida para traças, parte
pura e simplesmente sumindo. O próprio local que segundo consta conta com a
primeira casa da cidade, serve para um único evento, o qual aliás esse ano foi
realizado em outro local!
‘Seo’ Leoni Ferreira, ‘Seo’ Juca
Tucunduva e todos os seus companheiros, que tanto contribuíram para preservar
um dos episódios mais marcantes da história dos Paulistas, certamente não estão
satisfeitos, estejam onde estiverem.
Alguém tem notícias sobre o Museu do Ferroviário? Se é que ainda existe,
está também relegado ao mais completo abandono, o que não passou despercebido
pelo Vereador Alexandre Vêncio. Mas quantas vezes você já viu os nossos
representantes na Câmara fazerem requerimentos pedindo informações sobre a
situação de nossos museus ou outros dispositivos de cultura? Raríssimas.
É que a memória... ah a memória... Dizem que
o povo não a tem. Será? É isso aí.
9 comentários:
Saulinho
Nosso povo, acho, tem mesmo memoria curta. Com sugestão do jornalista Alcindo Garcia, estamos publicando semanalmente fotos antigas de Assis com comentários de fatos que aconteceram naquela época como o avião da FAB que caiu no predinho do Gerolin. Por incrivel que pareça os comentários são de assisenses de fora.
Saulo, parabéns pelo texto, e realmente é lamentável o descaso da sociedade assisense em geral com a gestão da memória coletiva da cidade, com seu patrimônio cultural. Na ausência de uma política pública, de pessoas qualificadas para dar um encaminhamento sobre a guarda de importantes fatos de nossa cidade, que envolvem documentos, fotos, entrevistas e a conservação com um novo uso social, tudo esta desaparecendo por omissão e descaso. Já fomos históricamente no auge "era ferroviária" um dos mais importantes agrupamentos de instalações e funcionários, onde está esta memória social, de uma atividade de homens que ajudaram a construir e a moldar esta cidade. Temos em Assis a Unesp com um importante centro de referência em Memória, com o curso de História, porque ao longo de todos estes anos nunca foi celebrado algum convênio visando a preservação e a divulgação do rico acervo de nossa memória social.
Porque os Urubus escolhem o nosso Prefeito?
MAs o voto não é nosso?
Tem fantasma na esquina e dos poderosos afinal quanto vale Assis?
Quem vive de passado é músel...esse negócio de ficar gastando dinheiro publico com velharias é coisa de gente burra...Temos que pensar no Presente e no Futuro...Investir em Obras novas...reformar a Cidade,reformular a condição de vida do cidadão de Assis...Quem vive de passado é museu e prof de história.
Eh Anônimo (4), talvez você tenha razão não é? O certo é abandonarmos nossa história e fazermos magnificos investimentos nas suntuosas rotatórias e sensacionais asfaltamentos, em ruas cuidadosamente escolhidas... È a opção entre a história e a estória. Se é que você me entende.
Para o anônimo que disse que "quem vive de passado é museu". O problema é o seguinte: sabe por que o brasileiro não gosta de argentino? Porque o argentino preserva sua história, preserva seus heróis, preserva seus monumentos e seus museus. O povo argentino possui CULTURA. Sistematicamente, as crianças são retiradas das escolas e as aulas são dadas junto ao túmulo de San Martin, junto as igrejas que guardam preciosidades de séculos passados, museus em que aprendem o valor da Arte Plástica, em La Boca, em pleno Caminito, onde contemplam a tradição do tango, dos artesãos e dos pintores, etc,etc,etc... E o brasileiro? Para ele só interessa a modernidade? Por isso, que nosso povo é inculto, ignorante e muito bem representado no Congresso Nacional pelos nossos "Modernos Políticos". Reformar a cidade? Reformaram sim, em parte, isto é: mudaram o sentido das ruas, colocaram Rodinhas e conseguiram, pelo bem de Assis, arruinar o trânsito que, a cada dia, está mais caótico.
Dr. Saulo: Seu trabalho tem sido magnifico. Parabens. Entretanto, voce tira da Toca cada figura. Quem não conhece História, tem vergonha de seu passado. O imbecil que acusa a história de velharia deve ter fugido do Mobral. Essa besta, certamente aprova a construção de rodinhas no trânsito, inversão de ruas sem nenhum motivo justo, asfaltamento de chacaras, compras superfaturadas,etc. Esse analfabeto deveria retornar ao Mobral.
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