domingo, 12 de julho de 2009


Um dia desses José Saramago declarou em uma entrevista ao jornal argentino "Clarin", que "A prática do blog levou muitas pessoas que antes pouco ou nada escreviam a escrever. Pena que muitas delas pensem que não vale a pena se preocupar com a qualidade do que se escreve". Ele mantem seu próprio blog, " O Caderno de Saramago", que vale uma olhada diária. Concordo com o que ele diz quanto a qualidade. Mas é indiscutível o benefício que o advento da internet e a disponibilização gratuita das idéias através dos blogs e outros meios trouxeram para a democratização em geral. Óbvio que Saramago não aborda esse aspecto e nem era esse o contexto da entrevista. Mas serve para ilustrar esse tema, pois somente através dessa tecnologia, você pode ter condições de acessar, instantaneamente, as idéias do que há de melhor na língua até os infinitos "Creysons" que pululam pela blogosfera. Até o Lula tem seu blog. Sarney também foi acusado, quando Presidente da República, de comprar mais um ano de mandato através da distribuição de concessões de rádio aos congressistas. Era evidente o valor que se dava a um canal de informações, com poder de atingir as massas. Somente aqueles que detinham o poder, político ou econômico, tinham acesso aos canais de distribuição da informação. É lógico que isso não mudou tanto assim, mas os acontecimentos recentes no Irã ou em Honduras só puderam ser acompanhados mundialmente e simultaneamente graças aos novos canais de distribuição de comunicação.Principalmente porque podemos acessar as diversas versões de um mesmo acontecimento, sem ficarmos presos na versão oficial. Sites, blogs, twitter, orkut, facebook, sms e aquelas coisas que foram inventadas hoje e que ainda nem sabemos que existem. Mas vamos ficar sabendo, passaremos a utiliza-las e dentro de muito pouco não saberemos mais viver sem elas. Com isso, como já vem ocorrendo, teremos acesso a todo universo de idéias e fatos, ainda que tenhamos que 'trombar' com muita 'porcaria' que é lançada por aí. Mas vale o sacrifício.

FAST FOOD, FAST INFORMATION


Quem levantou essa questão outro dia foi minha amiga Nilza, que, como sempre, está acompanhada de questões pertinentes. Saiu na Época da semana passada. A cultura do fast. Fast food, via expressa, informação instantânea. Consumo imediato. Acredito na democratização da informação, mas a discussão sobre esses novos hábitos deve ganhar corpo. Por mais que ressaltemos a importância do acesso à informação, da possibilidade de aquisição de produtos antes difíceis de encontrar, a agilidade que os novos meios proporcionam na tomada de decisões de todas as espécies, essa doença do imediatismo tem que ser combatida. “Vivemos o delírio do tempo. Tudo tem de ser veloz. O processo e a reflexão são sempre pouco importantes”, diz o filósofo Mário Sérgio Cortella, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Acho difícil que a nossa geração perca alguns hábitos, como ler jornais "no papel", assim como os livros, ouvir os "discos" inteiros, assistir filmes no cinema. Mas não garanto que a próxima geração ainda mantenha esses costumes. A cultura do "slow food" já é uma realidade. Alguns donos de restaurante italianos se uniram para barrar o avanço das redes de 'fast-food'. Surgia assim o slow food, um movimento para resgatar os prazeres da mesa que iam se perdendo com as refeições rápidas e industrializadas. A idéia deu origem a uma filosofia de desaceleração. Já é hora de começar a discutir uma cultura de "slow information". Sabe aquele livro que você lê deitado numa rede? Aquele jornal naquela poltrona? Esse hábito não pode ser esquecido, pode? É isso aí.

OS INSACIÁVEIS

Eliane Cantanhêde | Folha | 08/07/2009
Faça suas apostas. Depois que Lula humilhou o PT no Senado para ficar bem com o PMDB, tudo é possível. Inclusive a nomeação de um peemedebista para a Articulação e até mesmo o desempate pró-PMDB em Estados chaves, como Minas e Pará, onde PT e PMDB estão se matando. É Lula quem quer decretar qual dos dois morre e qual dos dois vive. Tudo, claro, pela candidatura Dilma, que nada mais é do que a manutenção do próprio Lula no poder.
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Eliane Cantanhêde é colunista da Folha, desde 1997, e comenta governos, política interna e externa, defesa, área social e comportamento. Foi colunista do Jornal do Brasil e do Estado de S. Paulo, além de diretora de redação das sucursais de O Globo, Gazeta Mercantil e da própria Folha em Brasília.

CURTO E GROSSO

Mickael Jackson e Sarney ainda dominam a mídia. Pelo menos o primeiro teve um enterro épico. E o do outro, quando vai ser?

PARA NÃO ESQUECER

O ANALFABETO POLÍTICO
Bertold Brecht

O pior analfabeto
É o analfabeto político,
Ele não ouve, não fala,
Nem participa dos acontecimentos políticos.

Ele não sabe que o custo da vida,
O preço do feijão, do peixe, da farinha,
Do aluguer, do sapato e do remédio
Dependem das decisões políticas.

O analfabeto político
É tão burro que se orgulha
E incha o peito dizendo
Que odeia a política.

Não sabe o imbecil que,
da sua ignorância política
Nasce a prostituta, o menor abandonado,
E o pior de todos os bandidos,
Que é o político vigarista,
Pilantra, corrupto e lacaio
Das empresas nacionais e multinacionais.

domingo, 5 de julho de 2009



Lily Allen | It's Not You, It's Me | 2009



Esse é o segundo CD dessa cantora inglesa que está se firmando no cenário Pop. E é isso mesmo, um pop bom de ouvir a qualquer ora. Não pode faltar no seu IPod. Click no play e ouça The Fear, a segunda faixa do disco.