Segunda feira, 7h36. Saio de casa para ir à padaria. Ao acessar a Avenida Rui Barbosa, me chama a atenção o volume de carros, tanto pela quantidade quanto pelo horário. É apenas mais uma constatação.
É de conhecimento geral que Assis é uma cidade que já há um bom tempo tem um percentual população/veículos bem acima da média geral. Fui então levantar os números. E o que dá pra perceber, digamos, a “olho nu”, fica comprovado nas estatísticas.
Temos aqui na terrinha hoje, devidamente registrados 67911, isso nos dá a impressionante média de 1,4 habitantes por veículo! É isso mesmo. Nossa frota consegue transportar com total conforto, TODOS os habitantes se for necessário. Some-se aos quase 68 mil veículos, mais aproximadamente 10% de frota flutuante, ou seja, carros de outros municípios, veículos com placa do Paraná, todos que circulam por aqui sem ter placa de Assis. É muito carro, moto, caminhão... Só para se ter uma idéia, a proporção de habitantes/ veículos em Bauru é de 2,1 de Prudente é de 2,2 e de Marília 2,4. São índices altos mas mesmo assim temos quase o dobro dessa proporção.
Não tenho dados exatos para dizer desde quando Assis possui uma relação população/frota tão alta, mas sei que sempre ouvi a respeito.
Agora, se você é pedestre ou motorista acho que já chegou à mesma conclusão que eu. Com todo esse volume de trafego, não temos qualquer política de trânsito em nosso Município. Ressalvando as iniciativas pontuais e corretas do Departamento Municipal de Trânsito, que faz o que pode com os escassos recursos, humanos e financeiros, enfrentando toda sorte de barreiras (público/políticas/administrativas) não temos nada. Não temos um setor de engenharia de tráfego, de planejamento viário, nada. Tudo é feito a olho.
Basta ver algumas das nossas principais avenidas: a Walter Fontana, hoje uma das principais entradas da cidade, começa bonita, larga, com canteiro central e em seus últimos quarteirões, pouco antes da ligação com a Rui Barbosa, sofre um estreitamento inexplicável. A Paschoal Santilli, que também serve de entrada da cidade, sofre da mesma deficiência, uma quadra antes da Don Antonio, torna-se uma rua simples de mão dupla. A Otto Ribeiro (Perimetral) uma via de integração centro bairro, transforma também numa rua comum ao chegar a Vila Ribeiro. Verdadeiras artérias próximas a um enfarte.
E aí eu torno a perguntar: quanto foi gasto com a educação para o trânsito? Pois é. Dá uma volta pela cidade que você vai constatar... É isso aí.