domingo, 29 de maio de 2011

CIRANDA

Bom, eu confesso que tentei. Apesar de ter feito algumas pequenas menções em postagens anteriores, eu tinha prometido à mim mesmo que não abordaria a questão do trânsito na cidade de Assis. Sem tirar a importância do assunto mas cheguei a pensar que essa discussão já estava caindo no lugar-comum.
Até porque, reconheço que a cidade cresceu sem qualquer tipo de planejamento, que temos aqui elementos que complicam bastante a fluência do tráfego, tais como a estrada de ferro e o fato das principais avenidas e ruas de movimento terem sido criadas paralelamente a ela. Ou que falta um sistema de transporte público que realmente atenda às necessidades. E algumas outras tantas razões que por aí vão.
Mas não teve jeito. Não agüentei. Basta tentar sair da região do Jardim Europa/V.Adileta para se dirigir à Vila Glória / Santa Cecília, para fazer qualquer um perder a paciência.
Isso porque, apesar de necessária, a implantação de um sistema viário com ruas em sentido único deve observar minimamente uma lógica, um senso de direção, que conduza o motorista, não como o que está acontecendo com as recentes mudanças, que o encaminham a uma sensação labiríntica.  
E aí voltamos a um problema que se instalou na atual administração e que tem se transformado em uma preocupação crônica: falta de planejamento. Basta ver a quantidade de Projetos de Lei enviados à Câmara para alterar o orçamento do município, assim como o Plano Plurianual e as diretrizes orçamentárias para entender o que eu estou falando.
Falta um órgão planejador. Com pessoas competentes que tenham formação e conhecimento dos problemas da cidade para resolvê-los. Que tenham sensibilidade para detectá-los. Que tenham, principalmente, vontade de encontrá-los.  
Qualquer iniciativa que seja feita sem esse tipo de cuidado estará sempre arriscada a sofrer o desgaste e ser brindada com o impacto negativo que essas mudanças têm provocado. Ficar batendo cabeça é uma tentativa de reinventar a roda. Ou a rotatória. É isso.

POSSÍVEIS

Aliás, para quem gosta da discussão sobre cidades, recomendo uma passada no blog “Cidades Possíveis” ( http://www.cidadespossiveis.com ). Focado no Rio de Janeiro, mas uma iniciativa bem interessante.

DE NOVO?

Deu nos jornais locais de 26/05 que o Prefeito foi recebido pelo Superintendente do DNIT (Departamento Nacional de Infra-Estrutura do Transporte) Ricardo Madalena, tendo como pauta a estrada de ferro e sua retirada do centro da cidade. Consta que Madalena teria sugerido a realização de um Estudo de Viabilidade sobre o assunto. Ué? E o que foi feito com relação a uma empresa que teria sido indicada pelo próprio Superintendente que algum tempo atrás veio até Assis para realizar tal estudo, recebeu (sem licitação) e simplesmente desapareceu?

ASA QUEBRADA

Foi divulgada uma nota à imprensa, dando conta do julgamento pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que “acolheu o recurso impetrado pelo espólio de José Santilli Sobrinho contra uma cobrança extorsiva, espúria e extemporânea feita pela prefeitura municipal de Assis – gestão de Ézio Spera.” O imbróglio teria se originado em virtude de uma ação de execução fiscal de valor milionário, contra o ex-Prefeito, sem justificativa e que teria se originado na “duplicação de cobranças”. Ao tomar conhecimento da decisão do Tribunal, Márcio Santilli afirmou que “foi uma derrota do pior dos abutres e da canalhice política que tomou conta da nossa cidade”.

domingo, 22 de maio de 2011

INTERROGAÇÕES

Se há um assunto que não tem sido discutido nas esferas em que deveria ser pauta principal é que diz respeito às Políticas Públicas do Município de Assis. E aí está o cerne da questão: quais são as políticas públicas em curso na atual administração da cidade?

Falo em políticas públicas de verdade, com metas de longo prazo, de caráter social e com planejamento e discussão detalhadas. Não se confunda com a mera administração da coisa pública com a realização de tarefas básicas para a manutenção da comunidade.

Falo em programas de governo, apresentados, debatidos e ratificados por ocasião das eleições. Não me refiro à atuação burocrática, do asfaltinho na rua, do canteirinho na avenida, nas rotatórias feitas à olho.

O que adianta uma administração apresentar um projeto de remodelação do trânsito, se antes mesmo de se esgotar a discussão, um mestre de obras passa a interferir em vias principais sem qualquer critério.

Será que basta comprar remédios de carretas cheias, sem antes se implantar um Plano macro para a Saúde? Ou ficar atendendo em clínica particular pacientes de pediatria, que transbordam do sistema público, porque este está mal dimensionado?

Até quando vamos ficar distribuindo terreninhos no Distrito Industrial sem ter um estudo de viabilidade econômica e vocações para o Município?

Até quando a administração vai correr atrás de apagar incêndios, daquilo que não tem mais como se sustentar (vide aterro sanitário, aterro de materiais inertes) ao invés de apresentar aos contribuintes um amplo projeto para o meio ambiente?

Vamos nos restringir a ter, na área da cultura à uma Virada Cultural por ano ou vamos ter uma política de cultura que mostre para que realmente servem os recursos destinados à FAC?

E o esporte e lazer, precisa dizer alguma coisa?

Tudo indica que a cada dia que passa vivemos em uma cidade que se preocupa mais e mais com a POLÍTICA e menos, cada vez menos, com o PÚBLICO. É isso.

PARALAMAS

A pérola da semana ficou por conta da publicação e distribuição pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC), para ser usado dentre o material didático aos alunos de ensino fundamental, de um livro que determina que falar algo como “nóis vai” ou “eles pegou” não pode ser considerado um erro de português, porque essa é uma das formas de se expressar. O mais interessante é que essa nova ‘corrente’ entende que nem mesmo os professores poderiam corrigir se um aluno eventualmente assim se expressar pois se configuraria “preconceito lingüístico”. Essa é só mais uma da trupe de “fundamentalistas” que aparelha praticamente todo o Governo Federal. Como diria Herbert Vianna: assaltaram a gramática. E eu diria: assaltaram também a gramática.

POR FALA NISSO

Aliás, dois vereadores de Assis devem ter ficado felizes com a nova linha de ensino do PT. Contumazes agressores da língua portuguesa, não precisariam nem tentar aprender a falar corretamente. Quem acertar quem são ganhará um pastel de feira e uma consulta em um posto de saúde.

NO AR

Ainda no campo da educação, foi bem interessante o trabalho feito pelo Jornal Nacional da Rede Globo durante a semana que passou, onde uma equipe visitou, de surpresa, um município de cada região do país, apresentando o que há de melhor e pior no ensino público. Dentre as constatações de causas que determinam uma péssima qualidade de ensino está principalmente o uso da educação como trampolim político. Será que a série foi assistida por aqui?

FRENTE FRIA

A semana terminou com o escândalo da Prefeitura de Campinas, administrada pelo PDT/PT, onde foram expedidos pela Justiça 20 mandados de prisão contra secretários, funcionários e até mesmo o vice-prefeito, por fraudes na autarquia municipal de água e esgoto (Sanasa). Foi montada uma força tarefa com a participação do Ministério Público estadual e da Corregedoria da Polícia Civil. Deve ser votado nessa segunda (23/05) o pedido de impeachment do Prefeito Dr. Hélio. Será que ele vai mandar uma “equipe técnica” na Câmara para “se explicar”?

domingo, 15 de maio de 2011

PARTE 36


Ele saiu correndo da cama porque, como sempre, já estava atrasado. Não ouviu o despertador tocar, mas não teria ouvido mesmo porque, todo dia o coitado do aparelho emudece logo após tocar, após ser impiedosamente estapeado, calando-se imediatamente. Aliás, despertador é modo de falar porque na verdade isso parece que já nem existe mais, o que havia tocado, ou ao menos deveria ter feito isso, era o celular.

Entrou correndo no chuveiro e ao acionar o registro – surpresa: água totalmente gelada por que tinha esquecido de ligar o aquecimento. Xingando, vai se trocar e nota que não tem camisas passadas e a única que resta no armário está faltando um botão, mas é melhor que nada.

Corre para comer alguma coisa porque, café mesmo não ia ter tempo de tomar e descobre que esqueceu de comprar pão no dia anterior. Resolve sair assim mesmo para depois pensar em comer alguma coisa e ao chegar no carro vê que o pneu está furado. 

Pensa então que é ora de pensar como povo desenvolvido e usar o sistema de transporte público. Sai correndo pelas ruas e, chegando próximo ao ponto de ônibus constata que aquele que precisava pegar estava quase saindo. Corre para atravessar a rua, pela faixa de pedestres é claro, e é atropelado por uma moto com mais ferrugem que bicicleta de caiçara.

Ao abrir o olho, descobre que está dentro de uma ambulância e solta um suspiro de alívio – graças a deus, estou vivo. É quando o carro para, a porta se abre e ele vê que está sendo levado para o Pronto Socorro Municipal. Só então é que se lembra: bom dia, sexta feira 13.

INTERESSANTE

Foi aprovado pela Câmara de Vereadores de Assis, na sessão do ultimo dia 09/05, o Projeto de Lei no 046/2011de autoria do Prefeito Municipal, que autoriza a alteração do Orçamento Municipal, suplementando os valores destinados à folha de pagamento dos servidores em quase 11 milhões de reais. O interessante é que estamos ainda no mês de MAIO, faltando 7 meses para o final do ano. E se tem alguma coisa que deveria ser previsível é a folha de pagamento. Isso é que é planejamento não?

DÁ UMA OLHADINHA NO ÓLEO DR.?

Interessante também é o processo licitatório que foi realizado no último dia 05 de maio, visando contratar uma empresa para terceirizar a troca de óleo dos veículos da municipalidade. Agora eu pergunto: e toda a estrutura e funcionários vinculados à administração nas oficinas principalmente das secretarias de obras, saúde e educação? Não trocam nem óleo?

PROFESSOR

Deu na FOLHA desse domingo (15/05). O superstar do PT, o Ministro Antonio Palocci, da Casa Civil, aumentou seu patrimônio em mais de 20 vezes. Apesar de ter ganho como Deputado Federal de 2007 a 2010 “apenas” R$ 974 mil, sem descontar os impostos, adquiriu dois imóveis que custaram quase R$ 8 milhões. Vai por a culpa no caseiro de novo?

E O MEU?

O atual presidente do Conselho da Fema, filiado ao PT tem reclamado que, apesar do status do cargo, está faltando mesmo é um salário. Pleiteia ser nomeado em um dos cargos do Gabinete da Prefeitura. Isso pode Arnaldo?

domingo, 8 de maio de 2011

MICO LEÃO DOURADO


Certamente você já passou por isso. Você vê uma pessoa atravessando pela faixa de pedestres e, tentando fazer crer que vive em um país civilizado, educadamente para, não fazendo mais do que cumprir a lei. E aí leva uma buzinada do carro de trás. Isso quando não é xingado por ter parado “no meio da rua”. Ou quando fica uma eternidade procurando por uma vaga em um estacionamento de supermercado lotado e enquanto aguarda pacientemente um motorista retirar seu carro, vem um espertinho e enfia o carro na vaga bem na sua frente. Se eu ficar falando, fico aqui o dia inteiro e não termino os exemplos.

É muito fácil criticar o trânsito. Aliás, esse assunto pode ser incluído entre aqueles assuntos que acabam com um bate papo. Cada um tem sua visão própria e sua razão. Como futebol, política e religião. Mas o que mais irrita no trânsito - pode analisar - é a conduta dos motoristas. É um “deusnosacuda”. Falta Educação. Respeito. Falta ética.

Mas se a crise ética se resumisse apenas ao trânsito, vá lá. A cada dia o tempo despendido nos deslocamentos aumenta mais e mais e assume uma importância vital, mas a coisa está disseminada. Em todos os aspectos.

A falta de ética já se transformou em uma marca registrada do povo brasileiro, o país que criou a “lei de Gerson”. Mas o que podemos fazer? Quando constatamos que o Senado aprovou Renan Calheiros, Gim Argello, e Romero Jucá para Comissão de Ética, fica evidente que esse tema, está tão em extinção quanto o Mico Leão Dourado. É isso...

BOM FILHO

Por falar em ética, quem foi recebido com festa em seu retorno ao PT foi o sumido (mas não esquecido) Delúbio Soares, o tesoureiro do partido na época do mensalão. Comenta-se que o mesmo é festejado pelos correligionários por ter agüentado tanto tempo calado. Considerando-se o cenário, pode-se dizer que o comportamento dos “cumpanheiros” é coerente.