Você já deve ter ouvido que existem assuntos
que são verdadeiros “tabus”, ou seja, nunca é prudente entrar em uma discussão que
os envolva. Isso porque cada pessoa tem uma posição sobre o assunto de tal
forma que qualquer discussão visando estabelecer o que seria o correto torna-se
infindável. É lógico, cada pessoa tem os seus próprios temas “intocáveis”.
Normalmente são política, futebol e religião. De uns tempos para cá tenho
acrescentado nesse rol o tema “trânsito”. A temperatura naturalmente sobe quando o
assunto entra, digamos, sobre uma mão única ou dupla, a mudança de sentido ou a
instalação de um semáforo.
Mas seguindo a minha premissa original de que
uma eventual discussão acerca do trânsito, seus erros e acertos, tende a ser
inconclusiva, alerto que a referência ao assunto, aqui, é apenas para ilustrar
a fraqueza de nossa administração municipal e não sobre o trânsito propriamente
dito.
A notícia digna de nota da semana dá conta
que o Sr. Prefeito, após tudo que já foi feito em Assis, tudo o que foi gasto
com as mirabolantes “alterações do sistema viário”, as quais visavam dar mais “fluidez
ao tráfego” no centro da cidade, pura e simplesmente voltou atrás, ou seja,
resolveu que a Avenida Rui Barbosa não vai mais ser “mão única”. E o mais
inacreditável é a justificativa para isso: “a população não vai se habituar”
com a mudança, já que a Avenida sempre teve tráfego nos dois sentidos.
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Então a
população que não se acostumaria com a exclusividade de sentido na Avenida
principal é diferente daquela que tem se utilizado das ruas adjacentes,
recentemente alteradas?”
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Ora Senhor Alcaide, vá plantar batatas, minha
paciência já está se esgotando! Então a população que não se acostumaria com a
exclusividade de sentido na Avenida principal é diferente daquela que tem se
utilizado das ruas adjacentes, recentemente alteradas? São outros que trafegam
pela JV da Cunha e Silva, Ângelo Bertoncini ou Marechal Deodoro? Essas ruas,
dentre outras, sempre tiveram um sentido de direção e foram invertidas sem
qualquer preocupação se a população iria ou não se “habituar” com a mudança. Ou
estou enganado? Então todas as mudanças recentes vão retornar ao que eram antes
ou não? Se retornarem, quem arcará com as despesas com sinalização, pinturas e
semáforos? E se forem mantidas como hoje estão, com o arquivamento da principal
justificativa para as mudanças, como defender todo o “rebu” anteriormente feito por
conta do tal projeto?
A verdade é que estamos a mercê de uma
administração fraca, titubeante, sem propostas, sem projeto e o que é pior, sem
qualquer comprometimento com a cidade. O verdadeiro estadista (e o daqui jamais
passou perto disso) tem que ter firmeza, opinião e certeza do que está fazendo.
Compromisso com suas ideias, pois foram elas que o colocaram no cargo. Visão
macro da situação e não ficar gerindo o varejinho. Tem que saber o que quer e
não ficar a mercê dos “baba ovo” que o cercam e que lhe dariam a tal “governabilidade”.
Ou vamos ficar a deriva, mudando de rumo ao sabor do vento. É isso aí...