domingo, 2 de outubro de 2011

AZULZINHO


   Domingo de manhã, venho com o carro pela invertida rua José Teodoro e paro no sinal fechado do cruzamento com a 9 de Julho. A minha frente mais um automóvel e adiante desse uma daquelas motonetas hoje tão comuns, tipo scooter, dirigida por uma menina certamente recém-habilitada. Noto que a tal moto está parada com a roda da frente ligeiramente sobre a faixa de pedestres que antecede a esquina.  E, da minha posição de observador privilegiado, constato, que imerso nas sombras à minha direita, na calçada, mimetizado pelos toldos e outros carros estacionado, um “azulzinho”, como brasileiramente foram apelidados os agentes fiscais do trânsito locais. E noto que o mesmo está anotando, com um quase imperceptível e denunciador sorriso de prazer, o número da placa da “lambretinha”. Mais uma multa para o sistema.
  Não. Não vou criticar o ato da quase certa autuação, até porque está mais do que na hora dos motoristas (e me incluo nesse grupo), termos mais cuidados com as faixas de pedestres. A lei é fria e diz que isso é uma infração leve (3 pontos na carteira) e multinha de uns cinquenta e poucos paus.
  E aí você me pergunta: então por que raios você está escrevendo sobre isso? Respondo: pela cena toda que presenciei, a tal menina, que estava regularmente equipada de capacete (menos mal – uma multa a menos), nem se deu conta da presença do tal agente, e muito provavelmente, nem da infração cometida. E daqui alguns dias vai chegar em sua casa, ou o que é pior na casa do dono da moto, uma autuação que vai soar como uma injustiça, um absurdo, mais um pagamento, blá, blá, blá. E qual foi o efeito educativo da autuação? NENHUM. Só valeu como mais uma fonte de recursos. Não teria sido muito mais produtivo, apesar de menos “rentável”, se o tal mimético agente da lei tivesse alertado a motociclista? A primeira função de uma lei não é a de punir, mas principalmente de educar!
  Eu sei que você vai dizer que os tais “azulzinhos” não estão preparados para isso. E eu torno a perguntar: ué, mas eles não vêm recebendo treinamentos frequentes, palestras de “atualização e reciclagem”, as quais, aliás, estão inclusive sendo questionadas junto ao Ministério Público (clique aqui e veja a denúncia)? Segundo consta já gastaram quase 10 mil reais só nas tais reciclagens dos agentes!
  Pois com todas as “mexidas” quem têm sido feitas no trânsito, o que está faltando é principalmente, divulgação, informação, até mais do que isso, falta contato humano. Podem até acertar no atacado, mas erram no varejo. Quem gosta de acordar em uma segunda feira e dar de cara com uma fria e recém-desensacada placa de trânsito, que não valia no dia anterior? É isso ai.

8 comentários:

Anônimo disse...

Pois é meu amigo Saulo, a falta de educação no trânsito é grande demais. Outros exemplos são as rotatórias, todos querem tirar vantagem e passar primeiro, outra coisa, sinaleiros com dupla opção (virar a esquerda ou seguir reto, os motoristas entram costurando pra sair na frente espremendo quem esta alinhado corretamente. Está difícil guiar em Assis. abs Reginaldo

Anônimo disse...

Saulo, permita-me discordar em parte da sua opinião.
No exemplo explicitado, da motociclista que parou sobre a faixa de pedestres e provavelmente foi 'silenciosamente' multada pelo agente de transito, concordo que conduta do agente, além de multar, deveria ser educar. Acredito também que em locais com alteração das regras de transito, poderia haver uma certa tolerancia ao cometimento de infrações relacionadas a estas modificações, por um periodo de adaptação. Neste periodo, os agentes repreenderiam verbalmente e orientariam os motoristas sobre as alterações, 'in loco'. Outra medida muito simples que poderia ajudar e ser implantada pela Prefeitura é imprimir panfletos explicativos das alterações de transito na cidade (de forma resumida, é claro), em papel barato reciclavel e mediante licitação, e soliciar que a garotada que vende 'zona azul' distribuisse aos pedestres, aos motociclistas no semáforo, aportando sobre os parabrisas dos veiculos estacionados, etc. Medidas simples e educativas, com custo mto pequeno. Nesse ponto concordo com você, o poder público é falho.
Apesar disso, tenho uma opinião que não é muito compartilhada com muitos brasileiros, mas que é a mais pura verdade: os motoristas, no Brasil, em sua grande maioria, de norte a sul, são mal-educados. Quando digo mal-educados, quero dizer que tem consciência das regras de transito, mas mesmo assim cometem irregularidades (conscientemente). Tenho certeza que 99% das multas aplicadas conferem, não são erros humanos ou má-fé do agente de transito, ou erro de máquinas. 99% das multas por excesso de velocidade são cometidas por motoristas que tem consciência da velocidade máxima permitida, e mesmo assim superam este limite e sao pegos; 99% das multas de avanço de sinal vermelho são cometidas por pessoas que sabem q o sinal está vermelho e mesmo assim avançaram. E assim por diante. Isto, infelizmente, é uma cultura do brasileiro, ser mais esperto, ser mais malandro. Ai volto ao começo: a administração publica pode melhorar (sinalização, educação e informação)? Pode e deve. Mas, sinceramente, talvez isso resolva o caso da motociclista que voce citou, mas não resolverá os outros 99% de motoristas q sabem o que é certo e desobedecem de forma irresponsável e consciente. Contra isso, na minha opinião, só multa. Mas não poucas multas, muitas multas. E multas pesadas, muito pesadas. So assim nós conseguiriamos, aos poucos, mudar essa cultura do motorista brasileiro. Só melhorar as aulas nas auto-escolas e colocar educadores de transito in loco não vai resolver. Multar 10 vezes mais e mais pesado teria resultado no Brasil? Sem dúvida. O problema é que para isso, a Adminitração Pública teria que suportar um alto custo de funcionários e máquina fiscalizando. O resultado (hipotético) desse aumento significativo de fiscalização seria a redução também significativa de irregularidades de transito, ou seja, menos arrecadação de multas. Ai as administrações talvez nao conseguissem manter esta grande fiscalização e novamente voltassem as infrações. Se formos à Europa, Estados Unidos, ou nem tão longe, no Chile, a fiscalização é intensa e a punição pesadíssima. São países que, independentemente da arrecadação, investem em educaçao e fiscalização de transito.

Anônimo disse...
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Saulo Ferreira disse...

Reginaldo,
o problema é exatamente esse: é mais fácil ficar na sombra multando quem para na faixa do que aqueles que não têm condições de dirigir e até colocam a vida das demais pessoas em risco. Está dificílimo. Abração.

Saulo Ferreira disse...

Anônimo "2",
Concordo plenamente com você e quero deixar claro que não sou contra as multas, mas principalmente contra a maneira subreptícia como são aplicadas, assim como contra a incapacidade de divulgar as alterações, apesar dos valores absurdos que são gastos mensalmente com "comunicação".
Abraço e continue participando.

Saulo Ferreira disse...

Anônimo "3":
É amigo, que coisa heim?

Dagão disse...

"Matou a pau". Sem mais comentários...

Anônimo disse...

Até quando Assis Vai tentar levantar difunto.... a era agora é outra um cidadão sabe la onde veio e onde estava agora volta para Assis tentar sair Candidato a prefeito, esta não cola mais assis não é terra de Trouxa mas sim de alguns trouchas que acreditam nisso ainda e engana a si mesmo. E por falar nisso ate o Edir Boscarato Voltara na campanha de seu Cunhado Marcio Veterinario pois é o proprio Edir que vai cobrar a Fatura agora de seu cunhado e mandara em Assis esta é a esperança deles.Mas como Falei vcs acreditam ainda na era de levantar difunto ......