Praticamente concluídos os trabalhos dos recenseadores do IBGE sobre o Censo 2010, apurou-se, mais uma vez que Assis continua sem atingir os 100 mil habitantes. Ouvindo a população tem se a impressão que perdemos uma corrida ou que, pelo simples fato de não termos atingido a casa da centena de milhar, estamos condenados ao fracasso como cidade.
Devo confessar que a sensação que tenho é de que a cidade cresceu muito mais do que apenas os 2 mil habitantes conforme aponta a contagem que está acabando de ser feita. Tínhamos 92.965 moradores em 2007 e passamos a pouco menos de 95 mil. O crescimento físico predial aparenta ser muito superior a isso.
Acredito que o trabalho do IBGE foi realizado dentro de bases científicas e muito bem feito. Criticá-los seria culpar o Juiz pela derrota de nosso time, o que convenhamos, na maioria das vezes não é o caso.
Portanto não quero cair no lugar comum de torcedor de futebol e ficar lamentando como se fosse uma derrota.
Até porque não acredito que devamos buscar um crescimento populacional pura e simplesmente quantitativo, numérico. Não é esse meu ideal de cidade. Acredito nos aglomerados urbanos sustentáveis, que buscam muito mais a qualidade dos moradores e a qualidade de vida do que sua multiplicação.
Não reclamaria se nossa cidade tivesse 50 mil habitantes. Desde que tivesse a RENDA e a RIQUEZA dos mesmos quase 100 mil de hoje. Nos países desenvolvidos a cultura urbana é bem diferente da nossa e se difere exatamente aí. Obviamente existem as megalópoles, os centros financeiros, políticos, mas as cidades possuem, na sua imensa maioria entre 3 a 12 mil habitantes. E todas possuem os benefícios que aqui só temos nas capitais ou nos grandes centros populacionais.
O que devemos buscar é o desenvolvimento de Assis, o que, necessariamente não precisa significar crescimento populacional. Até porque quanto maior a população, maiores os problemas sociais, leia-se desemprego, falta ou sub habitação, criminalidade. Problemas, aliás, que já enfrentamos, mas exatamente dentro da nossa proporcionalidade atual.
Os números que realmente importam, por exemplo, são os que dão conta que o rendimento médio mensal dos trabalhadores com carteira assinada em Assis é de R$ 1.328,00. É verdade que estamos acima da média da região de Marília, da qual fazemos parte, que é de R$ 1.215,00, mas estamos bem abaixo da média do Estado de São Paulo que é de R$ 1.762,00.
Esses sim, são os números que devemos buscar, ou seja, uma renda per capita igual ou acima da média dos melhores centros brasileiros, qualidade de vida, excelência em serviços públicos e uma diminuição nas diferenças sociais. Isso se chama JUSTIÇA SOCIAL.
Quanto aos 100 mil... pode deixar, cedo ou tarde, chegaremos lá. É isso aí.