Mais uma vez Assis foi notícia. E só para
variar, foi notícia decorrente de mais uma tragédia. E não é fácil abordar um
assunto decorrente de um evento sinistro. E como esse espaço não tem a
pretensão de “vender” era melhor até não ter sobre o que escrever, afinal, a
máxima de que “tragédia é que vende jornal” (que o digam os Agora e os Datenas
da vida) não se aplica aqui.
Mas se minha pretensão é oferecer um visão
crítica sobre fatos cotidianos, não poderia deixar de falar sobre o caso do jovem
que morreu dentro de uma escola, quando um muro caiu sobre ele. Principalmente
porque, dentre as chamadas fatalidades, o que ocorreu aqui é simplesmente
inconcebível. Também não tenho a menor pretensão em levantar culpados ou
estabelecer responsabilidades diretas. Mas o fato é que não dá para aceitar
esse tipo de coisa.
O rapaz foi tentar subir em um muro divisório
e esse caiu sobre ele provocando sua morte. Você pode até dizer que ele não
devia ter tentado subir no tal muro ou o que ele estaria fazendo ali, etc...
etc.... Como toda tragédia quase sempre vem acompanhada, no mesmo dia uma
criança de 1 ano morreu em uma creche na capital por que uma parte do reboco se
desprendeu e a atingiu. A creche havia sido inaugurada a menos de 1 ano.
Além do vazio irreparável para as famílias e
amigos, a questão que fica é: muros, sejam eles internos ou externos, altos ou
baixos, seja quais forem as suas finalidades, não poderiam cair. Principalmente
nessas condições. Não houve tremor de terra, não houve um tsunami, a escola não
foi invadida por um caminhão ou coisa que o valha. Muros não poderiam cair e
ponto final. Paredes privadas têm que estar firmes o suficiente para
manterem-se impávidas. Divisórias públicas então, nem se fale. Quantas mil
crianças tem acesso a esses locais diariamente?
Já disse lá no começo: não quero apontar
culpados, até porque não acredito que existam, ao menos diretamente. O culpado
é o sistema que permite obras de qualidade deplorável, uma legislação onde na
imensa maioria das vezes se privilegia apenas o menor preço. Obras públicas são
executadas sem um acompanhamento competente por parte dos contratantes.
Quando entrei na escola, nos anos 70, uma das
primeiras coisas que aprendíamos era que o Brasil era um país abençoado por que
aqui não tinha vulcão, não tinha terremoto, não tinha furacão. Já pensou se
tivesse? É isso aí.
2 comentários:
Alias, Saulo...uma coisa me intriga: o que, porque, quem, como e para que um muro alto nas dependências da tal esola?
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