domingo, 11 de dezembro de 2011

SILÊNCIO


   Mais uma vez Assis foi notícia. E só para variar, foi notícia decorrente de mais uma tragédia. E não é fácil abordar um assunto decorrente de um evento sinistro. E como esse espaço não tem a pretensão de “vender” era melhor até não ter sobre o que escrever, afinal, a máxima de que “tragédia é que vende jornal” (que o digam os Agora e os Datenas da vida) não se aplica aqui.
  Mas se minha pretensão é oferecer um visão crítica sobre fatos cotidianos, não poderia deixar de falar sobre o caso do jovem que morreu dentro de uma escola, quando um muro caiu sobre ele. Principalmente porque, dentre as chamadas fatalidades, o que ocorreu aqui é simplesmente inconcebível. Também não tenho a menor pretensão em levantar culpados ou estabelecer responsabilidades diretas. Mas o fato é que não dá para aceitar esse tipo de coisa.
  O rapaz foi tentar subir em um muro divisório e esse caiu sobre ele provocando sua morte. Você pode até dizer que ele não devia ter tentado subir no tal muro ou o que ele estaria fazendo ali, etc... etc.... Como toda tragédia quase sempre vem acompanhada, no mesmo dia uma criança de 1 ano morreu em uma creche na capital por que uma parte do reboco se desprendeu e a atingiu. A creche havia sido inaugurada a menos de 1 ano.
  Além do vazio irreparável para as famílias e amigos, a questão que fica é: muros, sejam eles internos ou externos, altos ou baixos, seja quais forem as suas finalidades, não poderiam cair. Principalmente nessas condições. Não houve tremor de terra, não houve um tsunami, a escola não foi invadida por um caminhão ou coisa que o valha. Muros não poderiam cair e ponto final. Paredes privadas têm que estar firmes o suficiente para manterem-se impávidas. Divisórias públicas então, nem se fale. Quantas mil crianças tem acesso a esses locais diariamente?
  Já disse lá no começo: não quero apontar culpados, até porque não acredito que existam, ao menos diretamente. O culpado é o sistema que permite obras de qualidade deplorável, uma legislação onde na imensa maioria das vezes se privilegia apenas o menor preço. Obras públicas são executadas sem um acompanhamento competente por parte dos contratantes.
  Quando entrei na escola, nos anos 70, uma das primeiras coisas que aprendíamos era que o Brasil era um país abençoado por que aqui não tinha vulcão, não tinha terremoto, não tinha furacão. Já pensou se tivesse? É isso aí.

2 comentários:

Dagão disse...

Alias, Saulo...uma coisa me intriga: o que, porque, quem, como e para que um muro alto nas dependências da tal esola?

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.