POMPOM

   A TV Tem, afiliada da Globo na região divulgou. O G1, o portal de notícias também da Globo deu destaque à notícia. A mesma Globo repercutiu a notícia em rede, para todo o estado em seu Bom Dia São Paulo, o que fez também a TV Bandeirantes em seus noticiários. Como era de se esperar, a imprensa “oficial” local, com seus três jornais diários, virou as costas. Os que noticiaram procuraram desconversar, tentando, muito mais apresentar a versão da administração do que ir a fundo à notícia. Ora bolas, reclamar do que? Afinal vivemos em um país das maravilhas! Ou não?

  Se é que alguém ainda não ouviu falar do assunto, a Vigilância Sanitária do Estado, interditou, no Almoxarifado da Secretaria Municipal da Educação, um lote de 8.773 pacotes de fraldas descartáveis, que deveriam ser usados nas creches da cidade. Considerando que cada pacote tem 32 fraldas, como noticiou o G1, temos a bagatela de 280.736 fraldas prestes a serem jogadas no lixo.

  Definitivamente não dá para aceitar a forma como a coisa pública vem sendo tratada ultimamente. Logo após a interdição pela Vigilância, começaram a pipocar as justificativas das mais diversas. Independentemente das versões que estão sendo divulgadas e principalmente das que fatalmente serão fabricadas - como sempre - o que fica claro no episódio é a absoluta falta de gestão por parte dessa administração. Ouvindo todo o lero-lero, a impressão muito clara que fica é que ninguém sequer sabia da existência desse lote.

  Precisou a ViSa interditá-lo para então os gestores darem conta do fato. Tudo bem, não se pode sair por aí “distribuindo material púbrico” (sic – assista no link abaixo).  Mas quer dizer então que, como o material foi adquirido com recursos do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) ele não pode ser distribuído? Mas pode ficar mofando nos depósitos até vencer o prazo de validade e aí então ser gloriosamente descartado no lixão, já que não temos aterro sanitário?

  Repito: falta gestão. Falta controle. Falta organização. De que adianta gastar milhões para construir um almoxarifado, recentemente inaugurado, se não se sabe o que tem dentro dele?

  Me desculpem o lugar comum mas é inevitável nesse caso, deixar de lembrar a frase de Eça de Queiroz:  “Políticos e fraldas devem ser trocados de tempos em tempos pelo mesmo motivo”.

  Pelo jeito não são só as fraldas que estão com o prazo de validade vencido. É isso aí.