Criou alvoroço na blogsfera a notícia de que a cantora Maria Bethânia teria sido autorizada pelo MinC (Ministério da Cultura) a captar, através de incentivos fiscais, a importância de R$ 1,3 milhões para seu blog de poesias.
Quem defende alega que, como o dinheiro é originário de “incentivos fiscais” viria da iniciativa privada, não sendo, portanto, verba pública. Os que questionam lembram que, exatamente por ser incentivo fiscal, e não patrocínio, os recursos seriam sim públicos, já que o dinheiro iria para impostos. É difícil fazer juízo de valor sem ter conhecimento do projeto, mas que o número impressiona, a isso impressiona. Mudou o mundo e seus poetas?
2 comentários:
Não precisamos ir longe, o convênio nº 721157 , do qual o valor é de R$ 204.173,00.
objeto do convênio: Ecofalante, conjuntamente com a Secretaria do Audiovisual (SAV) do Ministério da Cultura e o Iniciativa Cultural – Instituto das Indústrias Criativas, promovem o Prêmio SAV para Publicação de Pesquisa em Cinema e Audiovisual (2009-2010)
Gostaria de saber como foi utilizado esse recurso, e em que projeto foi aplicado em nossa cidade.
Pequena contribuição para pensarmos.., emprestando as palavras de Caetano Veloso, publicadas no GLOBO:
“Igualmente suspeito é o modo como "Folha", "Veja" e uma horda de internautas fingem ver o caso do blog de Bethânia. O que me vem à mente, em ambas as situações, é a desaforada frase obra-prima de Nietzsche: "É preciso defender os fortes contra os fracos." Bethânia e Chico não foram alvejados por sua inépcia, mas por sua capacidade criativa.
A "Folha" disparou, maliciosamente, o caso. E o tratou com mais malícia do que se esperaria de um jornal que — embora seu dono e editor tenha dito à revista "Imprensa", faz décadas, que seu modelo era a "Veja" — se vende como isento e aberto ao debate em nome do esclarecimento geral.
A "Veja" logo pôs que Bethânia tinha ganho R$ 1,3 milhão quando sabe-se que a equipe que a aconselhou a estender à internet o trabalho que vem fazendo apenas conseguiu aprovação do MinC para tentar captar, tendo esse valor como teto. Os editores da revista e do jornal sabem que estão enganando os leitores. E estimulando os internautas a darem vazão à mescla de rancor, ignorância e vontade de aparecer que domina grande parte dos que vivem grudados à rede. Rede, aliás, que Bethânia mal conhece, não tendo o hábito de navegar na web, nem sequer sentindo-se atraída por ela.
Os planos de Bethânia incluíam chegar a escolas públicas e dizer poemas em favelas e periferias das cidades brasileiras. Aceitou o convite feito por Hermano como uma ampliação desse trabalho. De repente vemos o Ricardo Noblat correr em auxílio de Mônica Bergamo, sua íntima parceira extracurricular de longa data. Também tenho fígado. Certos jornalistas precisam sentir na pele os danos que causam com suas leviandades. Toda a grita veio com o corinho que repete o epíteto "máfia do dendê", expressão cunhada por um tal Tognolli, que escreveu o livro de Lobão, pois este é incapaz de redigir (não é todo cantor de rádio que escreve um "Verdade tropical"). Pensam o quê? Que eu vou ser discreto e sóbrio? Não. Comigo não, violão”
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