domingo, 13 de março de 2011

CINZAS


Você acredita ingenuamente que conseguiu sobreviver ao carnaval. Aos “vou não, posso não”, aos “tchubirabirons” e “foge foge superman” todos. Seus ouvidos respondem satisfatoriamente apesar dos incontáveis “comentaristas carnavalescos” que brotam na TV nessa época do ano. E aí, acorda na quinta feira e descobre que é dia 10. O décimo dia de qualquer mês já é complicado por natureza, haja fatura para pagar, dá-lhe boleto para quitar. Mas o dia 10 de março é muito pior. É que aí entram os “Is”. IPTU, IPVA, i daqui, i de lá. Tudo isso pós carnaval então, nem se fala.

Ao entrar nas agências bancárias, esta lá a lembrança do carnaval de novo. Não, não é pela alegria popular não. É pela aglomeração mesmo. Lembra das imagens da Praça Castro Alves em Salvador? E das ruelas de Olinda com aqueles monstrengos passando e o povão se espremendo? Pois é, os bancos no fatídico dia 10 pós feriado são exatamente iguais. Sem a Ivete ou a Claudia. 

Chega a parecer engraçado, mas toda essa situação caótica reflete muito bem a situação de quem ainda precisa se utilizar de agencias bancárias. E tem muita gente que ainda se utiliza delas. Por mais avançados que estejam os sistemas de informática e difundido o acesso via internet do sistema bancário, a aglomeração que mencionei e que quem pôde presenciar constata, ainda é um contingente de respeito. E os bancos, empresas que mais lucram nesse país, a cada dia que passa, parecem viver mais e mais dentro daqueles comerciais de TV onde tudo funciona, tudo é lindo e maravilhoso. Não é por acaso que propaganda de banco nunca mostra uma fila de atendimento. Parece até que elas não existem. 

E olha que quase todo município já tem lei definindo um prazo máximo para o atendimento, mas e que faz com que cumpram?
E o pior é que esse ambiente não tem produzido apenas a insatisfação dos clientes. Criou mais uma “oportunidade de negócios” para os criminosos de plantão. Agora agindo em uma nova “modalidade” a saidinha do banco. Eles ficam observando os clientes, vêm aqueles que sacam dinheiro, se comunicam com os comparsas do lado de fora ou dão um jeito de seguir a vítima e finalmente dão o bote. Não têm nem escolhido muito as vítimas não. Vai qualquer: um idoso, jovem, homem, mulher. Se você achar melhor passar por um auto atendimento em um horário sem movimento, cuidado: ele pode explodir enquanto está sendo usado. Outra modalidade crescente de criminalidade. Explosão de caixa automático.

E qual a participação dos bancos com a segurança da população? Praticamente nenhuma. Preferem se cercar de seguros – o dinheiro fica no próprio sistema bancário – do que colaborar com a segurança pública. Alguém já viu algum banco colaborando com um programa de segurança em parceria com o poder público? Patrocinando um sistema de monitoramento por câmeras das ruas, ainda que próximas das agências? Se participam de alguma iniciativa nesse sentido são tão tímidas que não são nem dignas de nota. Até quando vai isso? Até quando esse crescente aumento da falta de segurança vai ser tolerado? Não. Não é isso aí.

Um comentário:

Anônimo disse...

Concordo com voce Saulo! o brasileiro continua refem dos Bancos e dos Impostos cada dia mais caros e o pior, sem nenhum retorno quer seja, nas estradas,saude, educação, ou seja nada; principalmente em nossa cidade que cada dia que passa fica pior.