domingo, 27 de fevereiro de 2011

BICHOS

No começo da semana, ao subir a Avenida Rui Barbosa após o almoço, encontrei-a tomada pelos “calouros” que levavam o tradicional “trote”, em sua maioria após a aprovação, ao que constatei, no curso de História da nossa Unesp, a Universidade Estadual Paulista.

E o que mais tem me impressionado nesses eventos é a alegria que trazem os atuais universitários. Não é só a alegria pelo fato de ter passado no vestibular, o que obviamente é natural. Quando me refiro a alegria, falo que os universitários de hoje não possuem aquele “rancor” de antigamente, aquela obrigação que o estudante tinha de mudar o mundo pela luta, pelo sacrifício, pelo engajamento nas causas sociais, na luta de classes. Não que esse passado do movimento estudantil tenha sido ruim, muito pelo contrário, se vivemos hoje em uma democracia consolidada, devemos isso  praticamente em sua exclusividade aos movimentos jovens, que em sua quase totalidade saíram de dentro das universidades.

O que eu quero dizer que os estudantes de hoje, especialmente os universitários estão muito mais livres, leves e soltos para curtirem tudo o que gostam, sem ter que carregar o peso de mudar o mundo. E vão mudar o mundo mais uma vez, mas com alegria, cor e sem qualquer preconceito. Sem serem taxados de alienados ou subprodutos do sistema. Qualquer um que tenha vivido o mundo universitário dos anos setenta até meados dos anos oitenta, tudo isso lá do século passado, vai lembrar que nem mesmo curtir um rock’n roll era “bem visto”. O cara era logo rotulado como um “burguês” ou “lacaio dos yankees”. 

Lembro me como se fosse hoje, quando meu colega de república, o Maurão, em 1983, desceu o calçadão da Universidade Estadual de Londrina de skate. Foi praticamente um escândalo. Skate era coisa de alienado.

Hoje os estudantes se reúnem muito mais em torno das barulhentas ”atléticas”, que têm como função a prática esportiva e a produção de festas, do que dos cisudos centros acadêmicos. 

E a explicação para essa efervescência é muito simples: vivemos em uma democracia desde 1989, portanto lá se vão praticamente 22 anos, que é mais ou menos a idade média dessa geração que afortunadamente não viveu os anos de chumbo da ditadura.

Ao mesmo tempo, acompanhamos a notícia de que existe uma possibilidade concreta de criação de mais cinco cursos superiores nessa mesma Unesp, até o ano de 2014, com uma amplitude interessante que vai de artes cênicas a engenharia de alimentos. Fora os cursos que podem vir nas demais faculdades particulares. 

São ventos promissores de uma crescente renovação de cabeças que só pode ser buscada e louvada. É isso aí...

O texto acima é a transcrição da coluna DIGNO DE NOTA que vai ao ar  às sextas-feiras, durante o programa Rotativa Sonora da Rádio Difusora de Assis AM 1140 Khz (veja link ao lado).

Um comentário:

Anônimo disse...

A criação de novos cursos em Universidades e Faculdades de Assis poderá trazer uma nova perspectiva de futuro, já que o conhecimento científico deverá ser incorporarado à produção econômica e social local, traduzindo-se em desenvolvimento econômico e tecnológico para nossa região. Tomara que tudo isso se concretize nos próximos anos. Quem sabe, lá pra 2016, estejamos lendo em seu Blog alguns laivos sobre criação de cursos de pós-graduação stricto sensu, com programas de mestrado e doutorado em Assis, não é?
M. CITOYEN.