GÉRSON

  Assisti na semana passada o vídeo sobre a apresentação de um dos assassinos do estudante de economia da USP http://youtu.be/LKcM0O61aXo É de revirar o estômago. Não, nenhuma imagem forte aparece e se você ainda não assistiu, não é por isso que deixaria de assistir. O que impressiona é a cara de pau tanto do “meliante” quanto do (infelizmente) meu colega advogado. Os dois praticamente alegam que a culpa foi do rapaz, que teria reagido. E saem com essa de que “na ética dos bandidos quem reage morre”. Pois é...

  O duro é que essa “ética torta” tem dominado, de uns tempos para cá, o contexto daquelas coisas que até então seriam inaceitáveis.

  É a mesma “ética” que faz com que os parlamentares arquivem qualquer investigação contra o Palocci, porque ele deixou o ministério. “ - Poxa coitado, perder o cargo de ministro já está bom demais”. Ah é? Quer dizer que fica tudo assim, por isso mesmo?

  É a “ética” que justifica que o ex-presidente (e sempre presente) cobre R$ 200.000,00 de uma empresa privada, e diga que isso é o cachê por uma palestra! E que o pedido que a mesma empresa está fazendo para ter uma isenção de impostos federais é pura coincidência. E isso não traz nenhum desconforto para aqueles que têm o dever de fiscalizar?

  Ou que se aprove, em nome da urgência da Copa do Mundo, que as licitações possam ser “flexibilizadas” e que o custo da obra não seja fechado de antemão.

  É em nome desse pensamento rasteiro que se tem jogado para baixo do tapete qualquer denúncia que possa afetar a promíscua relação entre o legislativo e executivo. “ - Isso não é da nossa alçada”. É, chuta para frente, que daqui uns dias ninguém lembra.

  Chega a dar saudade de quando a gente só tinha raiva de quem queria “levar vantagem em tudo”. Cerrrrto?