domingo, 5 de junho de 2011

INVESTIMENTO?

  Ao abrir os jornais locais de quinta feira, todos invariavelmente traziam em destaque a notícia de que um funcionário público municipal é suspeito de fraudar exames de habilitação. No mesmo jornal, outra notícia dá conta de que outra funcionária, esta agende de endemias, se utilizava da função para, ao visitar as residências para suas vistorias, aproveitava do descuido dos moradores para furtar objetos.
  Não cabe aqui dizer que o funcionalismo público está perdido. Longe disso. Se tem uma categoria que merece respeito e que conta infinitamente com muito mais gente boa do que ruim é a dos servidores públicos, em geral e em todas as esferas.
  Mas volto meu olhar para um assunto que merece uma reflexão e que já foi, indiretamente, objeto de alguns comentários nesse espaço.
  O sistema atual de acesso a um cargo público, a meu ver, está equivocado. As pessoas que os buscam, via concurso, estão muito mais preocupadas com a estabilidade que podem atingir (o que é louvável e esperado, diga-se) do que por uma aptidão.
  Não temos no serviço público uma gestão por competências, muito menos uma identificação da pessoa com a atividade que dela se esperará. Em inúmeros casos, o funcionário vai passando de setor em setor, de secretaria em secretaria, até encontrar um local em que “se adapte”. Isso mesmo, com aspas, porque essa adaptação é muito mais em decorrência do tempo do que qualquer tipo de investimento no capital humano por parte das administrações.
  E em se falando na administração municipal local, esse problema se mostra mais crônico ainda. Raríssimas são as iniciativas de treinamento, de reciclagem, de investimento em qualidade do pessoal, seja na análise profissional do quadro, seja na capacitação das equipes.
  E aí ficamos nisso, nesse círculo vicioso, com serviços de baixa qualidade e que deixam expostos aqueles que estão lá, no dia a dia tentando fazer, dando a cara à tapa e que são os primeiros, se não os únicos, a serem criticados. Mas que não contam com respaldo de ninguém. Algo precisa ser feito. E é urgente. É isso.

3 comentários:

Paulo Oliveira disse...

Concordo plenamente, por isso acredito que alem de concurso para funcionario publico, cargos como o de vereador, deputado e senador também deveriam passar por capacitação profissional.

Anônimo disse...

Diante do fato que existe pouco ou quase nada a se fazer quando um funcionário público age de forma errada, até porque os mesmos são julgados por si mesmos, valendo somente o que o próprio grupo decide, a multidão que você defende, coloca de outro lado uma multidão de outros que não tem direito a nada, ou seja: os que não são funcionários públicos.
Por isto que concordo com você, que era para ser muito pior mesmo do que é se não existissem grandes pessoas que apesar de tudo favorável a serem péssimos conseguem ser medianos e raras exceções bons. Gestão de competências? Ah! E o desvio de função, esqueceu? Não podem exercer atividade que não foi objeto de seu concurso! Enfim, servidor publico só serve a si mesmo, ressalvadas as poucas e honrosas exceções.
Esta estabilidade, que ninguém tem na sociedade e nos seus negócios, os servidores públicos tem, e é a verdadeira desgraça da nação e não só da prefeitura.

Anônimo disse...

Começar a limpeza pelas "empresas" de fundo de quintal que fazem os concursos na maioria dos municipios do Brasil. Já têm, no bolso, a relação de quem "precisa" passar....