domingo, 5 de fevereiro de 2012

NAUFRÁGIOS


  Se compararmos com um passado recente, até que houve um progresso e tanto. A partir de 2001 com a entrada em vigor da Lei de Responsabilidade Fiscal, houve uma sensível organização nas coisas que podem e que não podem ser feitas na administração pública, especialmente naquilo que diz respeito aos gastos públicos.
  Mas (claro sempre tem um “mas”), o que temos visto por aí começa a chamar a atenção exatamente sobre o que deixa de ser feito por aqueles que têm um mandato.
  Começa por aquele que parece ser a fonte de quase todos os problemas dos atuais governos, ou seja, o loteamento dos cargos dos primeiros escalões entre os partidos “da base”. Em nome da governabilidade, se entrega postos chave da administração a pessoas que, na maioria das vezes, pouca ou nenhuma afinidade têm com a pasta que irão assumir. Basta possuir algum destaque no partido “padrinho”, de preferência ser um futuro candidato a um cargo eletivo e tudo bem.
  E é exatamente esse o ponto a que eu queria chegar. Como é que fica a situação das coisas que são deixadas de lado, que pura e simplesmente deixam de ser feitas. Falo daquelas que deveriam ser feitas e por mera opção do governante não são. Como as apurações de responsabilidade por exemplo. Como as obras essenciais que são esquecidas. Como as construções com péssima qualidade que caem sobre a cabeça da população, como o forro de gesso da unidade de pronto atendimento da Vila Maria Isabel, na semana passada. O prédio foi inaugurado a pouco mais de 2 anos pela atual administração e desde então a sofrível qualidade da obra, recebida como perfeita, tem sido destacada por usuários e funcionários. Por sorte ninguém morreu ou ficou ferido, mas isso não quer dizer que o dinheiro público não tenha virado pó.
  Essa responsabilidade implícita é que deveria ser cobrada e que muitas vezes acaba passando completamente ao largo. Essa seria uma responsabilidade dos vereadores, mas... aí voltamos à questão do loteamento que falei no começo.  
  É como fez o italiano comandante da capitania dos portos ao capitão do Costa Concordia, que pulou fora quando viu que esse ia fazer água: "Volte para o navio, isso é uma ordem". Alguém aí sabe o telefone desse tal comandante?


Um comentário:

REGINA disse...

Comandante??? Sabemos a muito tempo que Assis está sem, afinal cuidar das criancinhas doentes e da cidade doente é muita coisa para um só Doutor.
Parabéns pela postagem.