Ele saiu correndo da cama porque, como sempre, já estava atrasado. Não ouviu o despertador tocar, mas não teria ouvido mesmo porque, todo dia o coitado do aparelho emudece logo após tocar, após ser impiedosamente estapeado, calando-se imediatamente. Aliás, despertador é modo de falar porque na verdade isso parece que já nem existe mais, o que havia tocado, ou ao menos deveria ter feito isso, era o celular.
Entrou correndo no chuveiro e ao acionar o registro – surpresa: água totalmente gelada por que tinha esquecido de ligar o aquecimento. Xingando, vai se trocar e nota que não tem camisas passadas e a única que resta no armário está faltando um botão, mas é melhor que nada.
Corre para comer alguma coisa porque, café mesmo não ia ter tempo de tomar e descobre que esqueceu de comprar pão no dia anterior. Resolve sair assim mesmo para depois pensar em comer alguma coisa e ao chegar no carro vê que o pneu está furado.
Pensa então que é ora de pensar como povo desenvolvido e usar o sistema de transporte público. Sai correndo pelas ruas e, chegando próximo ao ponto de ônibus constata que aquele que precisava pegar estava quase saindo. Corre para atravessar a rua, pela faixa de pedestres é claro, e é atropelado por uma moto com mais ferrugem que bicicleta de caiçara.
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