domingo, 5 de dezembro de 2010

AINDA A SEGURANÇA


Depois do fim de semana passado, não dá para fugir do assunto segurança. E como prometi outro dia que retornaria ao tema, cá estamos nós. Depois do que se passou no Rio, difícil acreditar que alguém não tenha tido sensações das mais diversas, mas todas muito próximas como alívio, emoção, satisfação. Surgiram criticas isolada e notícias de inaceitáveis abusos, mas somente quem ficou sob a mira de um bando de marginais, exatamente iguais aqueles que vimos ao vivo atravessando de um morro para o outro entende o que estou falando. Você fica de alma lavada.

É muito bom saber que, quando existe vontade política, as coisas acontecem. E a retomada dos morros cariocas só ocorreu pela vontade e pela colaboração ampla entre os Governos Federal, Estadual e Municipal. Os mais diversos especialistas consultados foram taxativos: nenhuma força, por melhor treinada que estivesse, teria sucesso atuando isoladamente.

E a solução para a redução da criminalidade aqui na terrinha, tem sido exatamente a parceria que vem ocorrendo entre as polícias civil e militar.  As operações conjuntas realizadas tiveram um resultado tão volumoso no início que a falta de noticias recentes de grandes apreensões chegam a dar a impressão de que a ação diminuiu. Mas quem tirou o pé do acelerador foi exatamente o crime (semi)organizado, que atua sempre no vácuo, no espaço deixado pelo estado policial. Quando a força age, os marginais vão para outro lugar, digamos, menos “perigoso”. Segundo informações oriundas da Polícia Civil, em termos quantitativos absolutos, temos o mesmo nível de apreensões praticados por Bauru e Marília, que obviamente são bem maiores.


E nesse aspecto, exatamente das parcerias, fiquei contente com a aprovação pela Câmara do projeto que autoriza o convênio entre as polícias civil, militar e a administração municipal. Os policiais que quiserem, voluntariamente, poderão durante sua folgas e no máximo por dez dias por mês cada um, atuar nas atividades relacionadas ao trânsito ou outras de atribuição do município, através de atividades delegadas. Ganham os policiais, porque têm a opção de atuar de forma oficial, aumentando sua renda sem precisar trabalhar na clandestinidade, como hoje ocorre com os “bicos”, ganha a população que vai ter maior número de agentes da lei circulando, mais viaturas à disposição e ganham os cofres públicos com o custo reduzido que esse acréscimo de pessoal representa.<

Uma aposta que, considerando os ótimos resultados apresentados, tem tudo para dar certo, como já ocorreu na capital, onde foi adotada recentemente. Há quem possa criticar, mas convenhamos, se tudo correr conforme planejado, é como eu disse no início, muito difícil. É isso aí.

2 comentários:

Anônimo disse...

Saulo, mais uma vez oportuna a retomada do assunto de segurança pública. Não podemos mais compactuar ou tolerar os números de violência no Brasil. Para se ter uma idéia, segundo estudo recentemente publicado (Mapa da Violência – Anatomia dos Homicídios no Brasil), o número de homicídios no Brasil, entre 1997 e 2007, foi em torno de 512 mil. Se o termo dizimar traduzir o castigo aplicado pelo Império Romano, onde os generais sorteavam um a cada dez soldados, que eram mortos pelos demais, então poderíamos dizer, somente a título de exemplo, que o número de homicídios no Brasil neste período significaria dizimar a população do Uruguai ou Paraguai. Ou mesmo eliminar toda população de um país pequeno, como nosso vizinho Suriname ou a Ilha da Islândia, em apenas dez anos. São números que assustam, e denotam a necessidade de mudanças. Homicídios, tráfico de entorpecentes, crimes contra o patrimônio, todos com números alarmantes. Mudanças importantes, como a parceria entre as polícias civil, militar e a administração assisense, atestam que estamos no caminho certo. A aprovação deste projeto na Câmara Municipal pode ter um significado muito importante no combate à violência, contribuindo inclusive com a prevenção de crimes. Medida importante para consolidação e continuidade de uma política vitoriosa de combate a violência, iniciada há alguns anos aqui na região. Localmente, é o que podemos fazer. E por falar em união das forças policiais, não custa lembrar que a PEC 21/05 ainda está em discussão no Senado. A proposta de Emenda Constitucional do Senador Tasso Jereissati propõe uma reestruturação dos órgãos de segurança no país. Entre outras medidas, ficaria a possibilidade dos estados unificarem as polícias militar e civil. Nem preciso me alongar pra dizer que o projeto é polêmico, havendo inclusive resistência corporativa. Bom, certo e líquido é que ao menos os esforços dos comandos das polícias devem ser feitos numa mesma direção e em cooperação. Já é um bom começo.
M. Citoyen

Saulo Ferreira disse...

M. Citoyen,
Obrigado por mais uma brilhante participação. O assunto obviamente é incandescente. O que não podemos é deixá-lo na gaveta. Vou tentar retomá-lo sempre que possível ou que ocorra algo ‘digno de nota’. Desnecessário dizer que aguardo sua valiosa contribuição. Abraço.