Uma das notícias que recebeu certa atenção
da mídia na semana foi que a polícia, após ampla investigação, prendeu dois
jovens de classe média, acusados de propagar, na internet, o ódio contra
homossexuais, negros, mulheres, nordestinos, judeus e esquerdistas. Lógico, na
maioria das vezes os tais estavam protegidos pelo sigilo da internet.
Imediatamente aparecem inúmeros críticos a
atacar a rede e esse fórum maravilhoso que te permite saber ao mesmo tempo uma
receita de bolo tradicional da Malásia, o resultado de um jogo pelo campeonato
da segunda divisão da Paraíba ou as arbitrariedades do governo chinês sobre os
monges tibetanos. É claro, toda liberdade trás excessos, mas isso não pode ser
suficiente para pura e simplesmente eliminar todo o progresso e toda a vantagem
que o meio proporciona. E até mesmo a possibilidade do sigilo é importante
coexistir na net com todo o conteúdo assinado.
Gostaria poder mostrar para você, que está
lendo esse post agora, os comentários “anônimos” que me são encaminhados
diariamente. Infelizmente não posso fazê-lo, até por uma questão de
responsabilidade. Na imensa maioria das vezes são impublicáveis. Várias vezes
servem apenas para desopilar o rancor e o ódio – seja racial, sexual ou
político – de seus autores. Outras tantas tentam usar esse espaço para atingir
determinada pessoa. Ou disseminar um boato quase sempre infundado. O que
acabamos constatando é que muitas pessoas não têm possibilidade, coragem ou
condições de expor publicamente suas ideias e acabam usando os espaços
“assinados” e a possibilidade de discrição, para transmitir um fato ou uma
opinião.
E
nesse caldo, é lógico, sempre surgem as distorções, as excrecências. Mas não
tenho a menor dúvida: é melhor vez por outra se defrontar com esses pervertidos
do que viver encabrestado e recebendo apenas as informações “oficiais” da mídia
manipulada pelas verbas publicitárias, principalmente vindas dos cofres
públicos. Cabe a cada um, no entanto, selecionar o que lê e acredita e
desenvolver o espírito crítico necessário a conviver nesse mundo novo de
informações ilimitadas. Porque os “espíritos de porco” sempre existirão. Não
tenha dúvida. É isso aí.
@ @ @ @ @
LEIA MAIS: sobre esse assunto clique no link e
leia o artigo do Gilberto Dimenstein, “Linchadores Digitais”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário