domingo, 27 de setembro de 2009

OPÇÃO PELO ERRADO


Um assunto que dominou a mídia nas últimas semanas foi a “marmelada” que teria sido armada pela equipe Renault, de Fórmula 1, onde Nelsinho Piquet teria deliberadamente provocado um acidente para beneficiar seu companheiro de escuderia. O resultado, todo mundo sabe: penalização para a equipe, banimento de Flávio Briatore, tido como mentor de toda armação, etc.,etc.,etc... Ufanismos à parte, apesar de estar posando de vítima, Piquet Jr. teve participação decisiva no episódio. Se planejou ou não, se foi forçado e se estava pressionado para manter o emprego ou não, acaba ficando em um segundo plano. Certo é que ele fez o que, em tese, lhe foi solicitado. Poderia apenas não ter “topado” participar da encenação e, se viesse a sofrer retaliações, colocaria a boca no trombone, exatamente como fez quase um ano depois. O caso, apesar de ter sido tratado com toda a pompa e circunstância, recebendo um espaço considerável do noticiário, não vai trazer qualquer alteração na minha, na sua, e ouso dizer, bem provavelmente na vida dos envolvidos diretamente no episódio. Mas serve para ilustrar uma situação que, infelizmente, nos defrontamos cada vez com mais frequencia em nosso dia a dia. Falo da “opção pelo errado”, ou seja, quando a pessoa tem duas opções de fazer alguma coisa, uma pela maneira correta, ética e lícita e outra, pelo caminho – digamos - 'errado'. A característica fundamental é que a pessoa tenha plena ciência das opções. Pode-se dizer que seja uma atração do ser humano pela emoção, pela aventura, mas é, indiscutivelmente um desvio de conduta. Determinadas pessoas, mesmo cientes de que certas opções serão danosas, ainda assim insistem em segui-las. Quando isso ocorre no ambiente político então... Aí a coisa complica porque estão envolvidos invariavelmente recursos públicos e toda uma coletividade. Mas é nesse cenário que a cada dia nos defrontamos mais com esse evento. E o pior de tudo é que a constatação dos danos só são percebidas pelo sujeito, quando as consequências já se concretizaram. Diagnóstico? Só por psicanalista. Remédio? Bom, no caso de político, é só não errar de novo... É isso aí.

2 comentários:

Unknown disse...

Nunca fui admirador do Nelsão, quanto mais do Nelsinho, esse é o caráter genético. O fato decepcionante e triste nesse caso foi mais uma vez a aplicação da máxima do brasileiro, a lei de Gérson, 'leve vantagem você também'. No Brasil temos as ditas leis que pegam e as que não pegam, infelizmente essa foi a que pegou e que cada dia vemos mais a sua disseminação e aceitação na cultura popular.

Anônimo disse...

Concordo com você...
Geralmente o caminho errado é mais fácil e simples,de início.E como muitos sabem que provavelmente não haverá puniçao,optam por este.
Parabéns pelo blog

Thais T.