domingo, 14 de junho de 2009

MISCASTING


Aprendi uma nova expressão. Fui ler a coluna do Luiz Fernando Vianna na Folha de quinta feira, por recomendação de uma super amiga e colaboradora de todas as horas e ela estava lá. Sólida como um banco de areia. “Miscasting”. Trata-se da expressão em inglês para quando se escolhe um ator errado para desempenhar determinado papel. Interessante. Na coluna o Luiz Fernando fala sobre “O Homem Errado” (tem a coluna na íntegra no link aí do lado), ou seja, o equivoco da indicação do Ministro Nelson Jobim, para a pasta da Defesa. Essa é uma situação interessante. Não encontro no português uma palavra, assim, única, completa, inteira, que possa retratar tal situação. No entanto, para onde quer que desviemos nosso olhar temos um (ou será uma?) “miscasting”. É tanta gente em lugar errado que chega a chocar o fato de não termos cunhado uma palavra para isso. Vivemos no país do ‘concurso público’ que segundo as regras deve se pautar por critérios objetivos de escolha. Falta definir a questão da vocação para o exercício de determinada função. No caso de indicações sem concurso então nem se fale. Os critérios são inexistentes. Você admite um médico que não possa ver sangue? Um engenheiro que não goste de obras? Ou um advogado que tenha horror a processos? É. Então. No mundo globalizado, em crise, competitivo, on line em que vivemos, a cada dia mais, é necessária a soma de atribuições para a formação de um perfil minimamente adequado para o exercício de alguma função. Se você como eu não sabia, agora já sabe. Quando trombar com alguém metendo os pés pelas mãos, pronto... mais um “miscasting”.

Um comentário:

Dr Mario disse...

Achei especialmente interessante este tema. Principalmente porque temos que reconhecer os rumos das organizações públicas (ou até privadas) que enveredam para este caminho, ou seja, colocar em segundo plano a gestão de competências do que os “outros” atributos. Uma enquete que vi no livro do Ricardo Almeida P. Xavier (“competência para o sucesso”), a maioria dos executivos, ou funcionários em geral não valoriza a competência como fator de sucesso. Geralmente vem de experiências negativas em que tentando ou fazendo o melhor, enfrentaram problemas que comprometeram suas carreiras. Um “miscasting” (confusão de competências) tem a ver em geral com alavancagem causada por preferências baseadas em apadrinhamento e proteção, aquelas baseadas em “know-who”. Estamos povoados disto. Podemos nao ter a palavra certa, mas seu texto está prá lá de certo: chega a chocar nao ter uma palavra desta no bom português!