sexta-feira, 29 de maio de 2009

LIVROS


Livros. Sempre fui apaixonado por livros. Gosto não só da leitura, mas do livro como um todo. O objeto em si. Apesar de todo o conteúdo existente no mundo virtual de hoje, ainda não consigo ler algo mais longo do que um artigo através do computador. Você conhece alguém que já leu um romance pela internet? Devem existir vários, mas eu não conheço nenhum. Mas ultimamente, parece estar em curso um verdadeiro complô contra esses objetos, normalmente feitos de papel e que, sempre tiveram como uma de suas principais finalidades a de instruir as pessoas.
Outro dia Farouk Hosny, o ministro da Cultura egípcio, cunhou a seguinte frase: “Eu queimaria pessoalmente qualquer livro israelense que se encontrasse nas bibliotecas do Egito”. A frase, ainda que não contivesse a carga de preconceito que carrega já seria de uma violência atroz. É maior ainda quando descobrimos que o Sr. Hosny é candidato ao cargo de diretor-geral da Unesco. Sabe o que faz a Unesco? É o organismo internacional que se ocupa prioritariamente de livros e bibliotecas. O Diogo Mainardi da Veja, escreveu sobre ele na sua coluna do dia 20/05.
Mas ele tem um concorrente de peso. O Governo do Estado tem se “empenhado” bastante nessa cruzada. Alguns livros distribuídos pela Secretaria de Estado da Educação têm vindo com verdadeiras pérolas. Um livro de geografia que traz o Paraguai no lugar do Uruguai, Bolivia e Paraguai formando um país só e a América do Sul sem o Equador, não serve para dar credibilidade a esses objetos cheios de letras e folhas. Dizem que a Secretaria da Educação de então sumiu do mapa, por conta desses errinhos. Mais recentemente, estabeleceu-se a polemica com a distribuição de um livro de quadrinhos com piadas preconceituosas, de cunho racista e sexual. Um livro de poesias para crianças de 9 anos com conselhos irônicos sobre “como se tornar um super vilão”. Não ame ninguém. Tome drogas. Estupre. Uma fina ironia a qual as crianças da 3ª. série estão perfeitamente acostumadas não é? O Governador determinou providências e os livros foram retirados de circulação. Acho que vão ser queimados.
O que estará acontecendo então? A concorrência da informática com os livros é desleal. Som, movimento, interatividade e conteúdo. Todo o conteúdo que não se imaginaria a pouco tempo atrás. Com isso as principais fontes de pesquisa atuais são a Wikipédia e o Google. Cadê a Barsa? E a Delta Larouse? A Wikipédia, se é que alguém ainda não conhece, é uma enciclopédia virtual que é alimentada pelos conhecimentos dos internautas. É muito criticada por trazer informações que podem, digamos, não ser tão confiáveis assim. O Google também. Por buscar toda a informação existente na internet, traz como resultado de suas pesquisas muita bobagem. Pois é. Se a diferença entre o livro como ‘mídia’ e a internet, era a forma criteriosa em que o primeiro era elaborado e a informalidade e o livre acesso que caracterizam a rede, meus amigos, é melhor irmos nos acostumando com as maquininhas...

3 comentários:

Unknown disse...

Para nós da província de Campos Novos Paulista também é quase inacreditável assistirmos em silêncio o fechamento de uma das mais tradicionais livarias da cidade. O que estaria acontecendo? Acredito que não seja o predomínio da visão ecológica para diminuir a devastação das florestas e o consequente uso da celulose para a confecção dos livros. Me parece estarem faltando governos comprometidos com a Educação e que estimulem a leitura. Não me cansarei de repetir: "enquanto não construirem mais escolas para criar pensadores, faltará dinheiro para construir presídios que hospedem analfabetos da lei".
Abraços Saulo pela reflexão sobre o tema.
Reinaldo Nunes
Assis - São Paulo

Anônimo disse...

Bogotá, Colombia. Grande parte da evolução e urbanidade do país foram conseguidos por um visionário que teve a ousadia de implantar e estimular "as comunidades" a ler e se aculturar. Meios nós também temos. Falta-nos fazer.
Duda - Assis -SP

Patrícia Spera disse...

Enciclopédias, nossas bússolas escolares!!! Saulo, o artigo me relembrou as tão saudosas Barsa e Britannica. Puxa, que saudades das pequisas de Educação Moral e Cívica na Biblioteca Municipal de Marília, que após tardes inteiras de pesquisas e lanchinho de mortadela, tínhamos que ir para a casa de ônibus circular (e era uma verdadeira aventura com uma pitada de medo de criança imaginando nunca chegar em casa!rs). Oh infância gostosa! Sinto por essa geração e as vindouras que não terão os mesmos prazeres, sinto por minha filha que provavelmente não provará do que sua mãe vivenciou ... Parabéns pelo artigo. Um abraço!