sexta-feira, 8 de outubro de 2010

NA TRAVE

Encerrado o primeiro turno das eleições 2010, e com ele a fase de escolha dos Deputados Estaduais e Federais, fica um questionamento: o que muda no cenário político da cidade de Assis? A resposta obviamente não é simples assim, uma vez que esse assunto não se resolve como se existisse uma chave liga/desliga.
Mas arrisco a responder que não mudou NADA! Assis sai do processo eleitoral exatamente do mesmo jeito que entrou, ou seja, apenas com um suplente a deputado estadual. Assim como em 2006 Camilo Gava tornou-se primeiro suplente, já que lhe faltaram pouquíssimos votos para garantir uma cadeira na Assembléia Legislativa Paulista, desta vez o candidato João Binato foi vítima do mesmo destino, ficando muito perto da eleição, mas tendo que se contentar com a primeira suplência.
            Tal constatação nos leva a outra pergunta, talvez de resposta mais complexa ainda: quem são os responsáveis por tal situação. Já li na mídia impressa que o responsável seria o eleitorado assisense, que teria preferido os candidatos ditos “de fora” já que, somados todos os demais candidatos, estes teriam mais votos que os candidatos “da terra”. Esse é, efetivamente um ponto de vista forte e que tem um suporte inquestionável: a frieza da matemática.
Outra corrente prefere atacar o fato da multiplicidade de candidatos locais, defendendo que se houvesse um consenso sobre um nome, o resultado fatalmente seria positivo. A premissa está correta, mas esbarra num dos pilares da democracia que é a liberdade de votar e ser votado. Além de nos remeter a outro questionamento sobre quem seria o “escolhido”. É um impasse que se apresenta logo de cara.
E a resposta à primeira pergunta é: Assis deixou muito clara a fragilidade de sua política como um todo. Estamos carentes de liderança. Liderança no sentido de aglutinação, coordenação e articulação, buscando obviamente o melhor para a cidade. Falta-nos um líder político com posições certas e definidas, razão primordial da existência dos partidos. Política é lado. Política é grupo. Enquanto não tivermos uma figura que preencha tais características continuaremos assim, batendo na trave. É isso aí...

2 comentários:

Anônimo disse...

É uma pena, mais uma vez sem nenhum representante "legítimo". Aguentaremos agora o Tiririca e outros icas da região de Prudente e Marília.

Grande abraço e sucesso !!!

Picareta disse...

Bom dia Saulo. Novidade nenhuma, haja vista o empenho de muitos vereadores, assessores do governo municipal e funcionários em cargos de comissão estarem trabalhando abertamente em prol de candidatos paraquedistas. Abertas as urnas verificamos que a soma dos votos nesses candidatos somaram a exorbitante quantia de aproximadamente 20 mil votos, suficiente para elegermos em nossa cidade não apenas um, mas dois deputados estaduais. Mais uma vez por irresponsabilidade e falta de amor a terra natal, ficam os ditos 'representantes políticos' e ainda aqueles que usufruem do poder local a ver mais uma vez a carruagem passar. Prefeito fraco, Câmara fraca, cidade estagnada.