
Quem levantou essa questão outro dia foi minha amiga Nilza, que, como sempre, está acompanhada de questões pertinentes. Saiu na Época da semana passada. A cultura do fast. Fast food, via expressa, informação instantânea. Consumo imediato. Acredito na democratização da informação, mas a discussão sobre esses novos hábitos deve ganhar corpo. Por mais que ressaltemos a importância do acesso à informação, da possibilidade de aquisição de produtos antes difíceis de encontrar, a agilidade que os novos meios proporcionam na tomada de decisões de todas as espécies, essa doença do imediatismo tem que ser combatida. “Vivemos o delírio do tempo. Tudo tem de ser veloz. O processo e a reflexão são sempre pouco importantes”, diz o filósofo Mário Sérgio Cortella, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Acho difícil que a nossa geração perca alguns hábitos, como ler jornais "no papel", assim como os livros, ouvir os "discos" inteiros, assistir filmes no cinema. Mas não garanto que a próxima geração ainda mantenha esses costumes. A cultura do "slow food" já é uma realidade. Alguns donos de restaurante italianos se uniram para barrar o avanço das redes de 'fast-food'. Surgia assim o slow food, um movimento para resgatar os prazeres da mesa que iam se perdendo com as refeições rápidas e industrializadas. A idéia deu origem a uma filosofia de desaceleração. Já é hora de começar a discutir uma cultura de "slow information". Sabe aquele livro que você lê deitado numa rede? Aquele jornal naquela poltrona? Esse hábito não pode ser esquecido, pode? É isso aí.
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