domingo, 4 de novembro de 2007

Cultura importada: escola comemora o “halloween”

quinta-feira, 1 de novembro de 2007
http://www.diariodeassis.com.br/diario2/principal.asp?data=01/11/2007

Difícil de interpretar a ‘intenção’ real da manchete acima. Com a expressão cultura importada, fica evidente que uma pontada de crítica transparece. Acontece que esse tema passa a se tornar recorrente. Impossível que se passe um 31 de outubro sem que se retome esse tema. Deveríamos ou não aceitar a chamada “cultura importada”? Particularmente não me agrada o ‘dia das bruxas’... Prefiro sim, o Dia do Saci (o mesmo dia 31/10 segundo a matéria), o Dia da Cuca, do Boi Tatá, do Caipora. Mas, afinal, o que é a cultura? Uma peça do Pirandello é cultura? Uma enquete revelaria certamente esmagadora maioria. E isso não seria “cultura importada”? O que não dizer dos clássicos da música? Bach, Beethoven, Verdi, Stan Getz, Carlos Gardel, são ‘cultura’? Se obviamente responderes que sim, concordará que terá ocorrido uma ‘importação’. E o que fazer nesses tempos de internet (ou você fala ‘rede mundial de computadores’?). Você manda um e-mail para seus amigos ou uma mensagem eletrônica? Nesse verdadeiro ‘bobó de camarão cultural’ que é o Brasil, é quase impossível distinguir o que é local e o que é importado. Nesses tempos globalizados pior ainda. Então qual seria a solução? Não encontro uma resposta absoluta, fechada, mas meu radar aponta para a divisão das culturas. A cultura mundial, aquela que, quer pela dominação econômica, quer pela indiscutível qualidade (quem pode dizer o que é qualidade?) se estabeleceram. Sobra então a cultura regional ou local, que passa a ser aquela que ainda não transcendeu as bordas de onde surgiu, somente o fará se atingir as condições da anterior. Fundamental é que prevaleçam as duas, e que tenhamos dispositivos para manter preservadas, na medida do possível as regionais e locais, para que não fiquem perdidas como uma Atlântida. É isso aí.

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